domingo, 1 de janeiro de 2012

A Bruxa, o médico e os Correios.

Acabei de fechar o livro. Quantas palavras bonitas, quantas ideias e conselhos proveitosos. Tudo começou quando peguei aquele embrulho, dentro de um envelope dos Correios, que eu já sabia que era especial. Fui abrindo assim aflita, na expectativa do teor das palavras que haveria ali. Quando, enfim, encontrei o papel de presente, abri um sorriso. Um papel de presente diferente, que não me deixou identificar em qual livraria teria sido comprado. Abri cuidadosamente, retirando as fitas adesivas enormes que o lacrava. Vi que tinha algo escrito ali na parte de dentro do papel de presente, aquela em branco. Não entendi aquilo, nunca havia visto presente revestido com embrulho escrito dos dois lados. Fui então usando o triplo do cuidado de antes, para não perder o que estava escrito ali. Abri e havia dicas, palavras soltas, cores, cuidado, interesse em montar toda aquela pintura meio destoada.


Não era simplesmente um livro. Era uma tentativa de me mudar, percebi logo no início. Foi uma tentativa de me fazer melhor, crescer, aproveitar mais o que está a minha volta. Agradeci o presente.


Terminei a leitura que, de fato, me fez refletir. Talvez eu consiga ser melhor, talvez a Bruxa me tenha deixado algum ensinamento. Mas mudanças doem, implicam em sacrifícios profundos. E sei bem disso. Valeu a tentativa, valeu a dedicatória, valeu o tempo pra montar tudo aquilo.


Mas não sei se vou conseguir. Não sei se consigo deixar de espectadora, passar a viver aventuras. É uma vida inteira calculando consequências, optando por menos impactos e certezas absolutas.


Entretanto, algumas coisas já incorporei antes mesmo de ter acesso ao livro. Saio agora da zona de conforto e do meu grupo, tudo de uma única vez. Sei que deveria ser aos poucos, mas não desta vez.


Obrigada pelo presente, pela confiança e pela tentativa de me fazer ser melhor.


E, por último, saiba que eu nunca teria me perdoado se não tivesse pedido a tal dedicatória que veio de cabeça para baixo. Afinal de contas, tudo é uma questão de perspectiva.




"Talvez só uma pessoa-primavera seja capaz de identificar outra."