sábado, 25 de junho de 2011

Para meus alguéns.

Então fui lá buscar o Diploma. É, diploma assim com D maiúsculo. Pensei que a Universidade é meio a casa da gente. Só que na minha casa faltaram algumas pessoas. Peguei um papel, assinei. Guardei. Nem sei quantas noites eu passei em claro pra conseguir aquele papel. Será que o indivíduo que digitou meu nome passou ao menos uma noite em claro pra digitá-lo? Certo que não. Mas confesso que sei que ao menos ele demorou um tempo pra digitar Woiciechowski. Ganhei uns segundos a mais pelos segundos que o meu pai demorou soletrando meu sobrenome pro tabelião do cartório. Êba! Seu digitador, o senhor gastou mais tempo comigo!



Vou ali na cozinha da minha casa. Opa, na casa da gente não há gente indesejada assim. A senhora pode, por favor sair da minha casa? Tá, do meu caminho já basta. Ri, abracei, 'saudadeei'. Passou um filminho. O título? Foi lá que eu descobri. Por que? Ih...



Foi lá que eu descobri que existem orientadores preocupados de verdade com os alunos. E que, no 4o ano você vai se identificar de verdade com alguma área do seu curso. E lá eu descobri que você pode babar de tanto chorar na camiseta azul do seu amigo de olhos verdes e ele vai continuar te acalentando, pra depois andar com aquela manga molhada por todo lado da faculdade. E, por mais que eu seja desamante de pessoas desamadas, uma hora eu vou esquentar o sangue um pouquinho e falar educadamente com vontade de falar MUITA coisa nada educada. E lá eu descobri que uns dias você vai querer matar a aula por preguiça, por perder a noite fazendo trabalho ou pra não ter todos aqueles olhos famintos por más notícias alheias te encarando a todo momento. Hum, bom.


E os lobos em pele de pequenos cordeirinhos? Ah, claro. Princípio universitário: julgue sem conhecer. Mas pra mim soou um tanto diferente: conheça sem julgar e terá consequências irreversíveis. Risos, preconceitos quebrados e amizades com putas, maconheiros e homossexuais (fora os frizz do seu cabelo após as histórias até então improváveis, claro).


E você vai ter uma amiga tão forte, que o dia que ela chorar você vai chegar a conclusão de que algumas pessoas NÃO podem chorar. E não chegará a esta conclusão sozinha. Você vai conseguir falar algumas palavras de apoio umas duas horas depois, quem sabe.


E a formatura? Ai, já sinto até náuseas só de pensar nisso. Quando você tiver em desespero por ter arranjado algo 'problemático' pra toda turma, lá vem os seus anjinhos. Eles surgem do outro lado da cidade, do outro lado do Brasil e de gente que você nem sabia que era anjo. Sabe aquele amigo que não existia até então? Ele vai aparecer do nada, te socorrer e até defender.

Nada vai pagar aqueles simples eventos. O dinheiro que você suou pra pagar, as pessoas da sua vida e da vida de seus amigos lá presentes, nada vai pagar. E, por incrível que pareça, elas vão. E quando você menos esperar, pode ser que uma lágrimazinha caia. A minha lágrimazinha caiu ali na aula da saudade. É, foi ali naquele meio de amigo secreto que eu senti orgulho de vocês, foi ali que eu pude tirar um peso nas costas e a gente pôde tirar nossas fotos lindas. Foi ali que eu vi a amizade bonita, foi ali que eu guardei vocês pra sempre.



E, no final de tudo, como sempre, dá certo. Sem querer você descobre que dar aulas é uma das coisas mais cansativas, mal pagas, cômicas e gratificantes do mundo. E que você acordou às quatro da manhã e foi anotando tudo isso.




Obs: dedicado aos alguéns de minha vida, que com certeza saberão quem são.



Fatosatosepalavras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário