domingo, 5 de junho de 2011

É velho, é novo ou guardado?

É que isso tudo ao meu redor ainda assusta. De repente o que era tão próximo vai ficando distante, frio e deixa de fazer falta. Mas como? Como, como eu não sei... Mas que deixa de ser necessário, ah, isso deixa. Daquele aperto no coração, daquela saudade, daquele aconchego sobram vagas lembranças. Acho que deveria mesmo ser vidro, ou como as vasilhas de plástico que a minha mãe congela, que ao cair, racham e ficam inutilizáveis.


Mas o que é diamante não se acaba e ainda reluz. Te faz lembrar e querer de novo, te faz reviver e sorrir. Ou chorar. Tudo o que é diamante pra mim, quero de novo. E o que era plástico de última qualidade não quero.


Ainda aquelas conversas supérfluas, não quero. Mas o que é supérfluo pra você, pode não ser pra mim. Se é supérfluo pra você ouvir histórias de amores, ouvir sobre dourados ou alaranjados do ensino médio, sobre as feijoadas de Porto Velho ou as caipirinhas anapolinas, a mim fazem um bem danado e me fazem rir um bocado, ou querer matar um bocado também.

Já aquelas histórias tão cheias de empolgação, como uma que eu ouvi no aeroporto esses dias, o cara sei lá de onde que veio pra Goiânia e achou um harém, ah dessas eu não consigo nem rir. Você achou que tava no harém? Pois quando você abriu a boca eu achei que tava no zoológico, e olha que eu nem sabia que no zoológico de Brasília eles colocavam burros em exposição. E você, que me contou quanto ganhava? Pouco importa se você ganha quase 7 vezes mais que eu, se sai todos os dias ou sei lá o que. Sua vida é tão legal que você pode ficar com ela todinha pra você.


E tem ainda tudo que você acha que é esquecido, mas tá guardado. E acho que o que fica guardado de verdade, um dia volta pra gente. Volta tudo que é de verdade, volta aquela história do fundo do baú, volta aquele sorriso, aquele abraço, aquilo que foi história e não é lembrado só por você. Volta no coração, na imaginação, na sinceridade. E as vezes a gente precisa reviver tudo isso, ou tentar reviver. Um dia você precisa voltar pra verificar se tudo aquilo ainda é seu. E a probabilidade de você quebrar a cara é tão grande, mas tão grande, que você vai com planos B, C, D e E. Mas e se der certo? Ah, se aquilo tudo for certo, 90% dos seus amigos estavam errados. É, eles não são perfeitos. Suas memórias também não. E você? Muito menos.

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